De quando é tão bom
que os olhos suspeitam do que veem
De quando parece ser miragem
ou um sonho em forma de milagre
De quando as nuvens das retinas
chovem cântaros de alacridade
e a alma se põe inteira a florir !
Até então a solidão era de pedra
e despenhava no meio do meu rosto
Era essa carícia que me faltava,
um campo coberto de trigo e douros
desvelados na essência do teu sentir
E agora não sei dizer
por onde a noite me abraçava
ou que silêncio transformava
o peito em uma necrópole
Não sei dizer, com a mesma doçura
e suavidade que me espalhas,
que a desventura que me desenhava,
sem estrelas sem sorrisos nem música,
era um tempo desejoso de ti...