CARAVELAS

Tua coragem

De se lançar ao mar,

De queimar caravelas ao aportar

Lembra-me de que a vida é breve

Não há tempo para voltar.

No devir do devir,

Rodopiamos em ciranda

Crianças em espanto e graça

Preparando as asas

para o outro voar.

No olhar do olhar,

Um no outro: espelho

Pintando o rosto de vermelho

Para de guerra de índio brincar

Redescobrimento,

Nativo acontecimento

Ruptura

Neutralidade não há.

Em frente às chamas das caravelas,

A divina clareza que o vento traz:

Singrar o amor

Só em barco de papel

Sem bagagem, sem certeza

Leveza...

Nada mais.

Stella Motta
Enviado por Stella Motta em 01/10/2019
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