CARAVELAS
Tua coragem
De se lançar ao mar,
De queimar caravelas ao aportar
Lembra-me de que a vida é breve
Não há tempo para voltar.
No devir do devir,
Rodopiamos em ciranda
Crianças em espanto e graça
Preparando as asas
para o outro voar.
No olhar do olhar,
Um no outro: espelho
Pintando o rosto de vermelho
Para de guerra de índio brincar
Redescobrimento,
Nativo acontecimento
Ruptura
Neutralidade não há.
Em frente às chamas das caravelas,
A divina clareza que o vento traz:
Singrar o amor
Só em barco de papel
Sem bagagem, sem certeza
Leveza...
Nada mais.