MONÓLOGO D'ALMA/AMOR E TEMOR
Faz tão pouco tempo que juntos estamos
Mas nossa sintonia comprova o oposto
Parece que em outros tempos já nos amamos
Em outras eras já acaricie o teu rosto
Não busco humana explicação e nem divina
Mas sei o que sinto e o quão feliz estou
Eu vejo a luz do amor através da tua retina
Sem você já nem sei o rumo aonde vou
Se sucedem as estações desde o primeiro olhar
Os dias céleres voam e o primeiro beijo ainda arde
A saudade é o coração dizendo onde quer morar
A música da tua voz mesmo no silêncio me invade
Afloram flores na primavera da gente
Sementes de sentimentos a frutificar
Rebentos de brotos no peito deiscente
Raízes fortificando o que veio pra ficar
Enlace de corpos e de almas tão iguais
Amantes em perfeita cumplicidade
Parece romance de tempos medievais
De amores eternos jurando lealdade
São tantas sensações imersas em meu ser
Pensamentos que veem em dias dispersos
Questões que ainda não sei compreender
Amor e Temor ainda rimam nos mesmos versos
Algumas vezes sinto uma dorzinha lá no fundo
Feito faquinha enferrujada no coração
Então penso em fugir para longe do teu mundo
Por pensar que talvez nele não me caiba não
Outras vezes sinto que nele já estou imerso
Que o tempo há de arrefecer todo temor
Quando no teu abraço eu sinto o universo
Quando no meu peito desfalece de amor!