A voz certa
Ahh, mais que barulho infernal
Dessas vozes todas a me chamar
Mesmo que de amor
Que barulho, meu nome sai tão desafinado
Quando não é recitado por ti
Este som, até erra a porta, e passa reto
Pela minha janela
Nem sequer balança as pétalas das
Flores azuis
Nem sequer passa pela minha pele
Ou faz brotar um sorriso
Tampouco os olhares dos que muito
Me conhecem direcionam-se para mim
Nem apresso meus passos
Para colocar um banco na calçada e ali ver a tarde cair
Que barulho, que desconforto
O silêncio inquietante fala
Será que já vem?
Vamos esperar um pouco mais?
E adormecemos no sofá
Com janelas abertas