Cacos de vidro.

Eu não consigo olhar para o meu peito.

Há algo trabalhando contra a minha vontade.

Eu esperei tento o tempo com a cura,

Mas, ele não fez mais do que inflamar as feridas.

Eu observo os meus rastros pelo chão,

Deixando claro que estava ferido e vulnerável.

Acredito que podem sentir o meu cheiro,

E eu só espero que não demorem muito.

O tempo não tem me curado.

Eu creio até que nasci bom.

Acreditei pisar em roseiras,

Agora, eu percebo os espinhos.

Eu sinto as areias do tempo de uma ampulheta quebrada.

Os cacos de vidro em meio a areia seca.

A única certeza é o pôr do sol.

Agora, já é noite.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 24/09/2019
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T6752728
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