À SOMBRA DOS MEUS AMORES
Amores, Amores...
Não sei se é esta chuva lá fora
Esta neblina que entremeia aos prédios
Parecendo feitas de sombras com os nossos devaneios
E estas calçadas frias e desertas
Sem gente, sem vida, sem calor humano.
Talvez o meu coração esteja vendo algo além
Que os meus olhos insistem em não ver
Muitos amores se passaram
E procuro neles respostas para esta minha solidão
Sentir a solidão é como gritar na multidão
E ninguém, ninguém entender as nossas razões
E nem nos estender as mãos
As forças que nos faltam nos levam ao chão
Um chão que se cobre cheio de partes de nós.
Tentamos em vão montar tudo num só quebra-cabeça
Um retrato cheio de movimentos foi delineado pelas nossas emoções.
Conseguir unir tantas partes olhando apenas para as beiradas da vida
Parece pela nossa sensibilidade cada dia mais difícil
Procuramos pelas cores fortes para unir as peças que juntos montamos
Mas o Tempo e a chuva descolore a tudo, até mesmo o amor
Os amores continuam em nós em olhares pelo coração
Mesmo assim são imagens inatingíveis, cada vez mais distantes
Entremeadas pela melancolia e pela saudade.
Sombras escondidas das luzes sobrevivem na escuridão d'alma.