Canta-me!
Ela é que ensina as tochas a brilhar,
E no rosto da noite tem um ar
De joia rara em rosto de carvão.
É riqueza demais pro mundo vão.
Como entre corvos pomba alva e bela
Entre as amigas fica essa donzela.
Depois da dança, encontro o seu lugar,
Pra co’a mão dela a minha abençoar.
Já amei antes? Não, tenho certeza;
Pois nunca havia eu visto tal beleza.
ROMEU
Canta-me!
Que lha cantarei uma modinha!
Que estas ímpetas notas refletirão teu charme!
E narrarei nossos contos de paixão!
Ó, e se tu ao menos ficares arrebatadinha...
Não haverá alguém que m'acalme!
E que neste mundo vão,
Esteja eu para segurar a tua mão!
É dest'amor apetecido,
que entretanto jamais minh'alma tenha percebido,
a culpa do meu estonteio, d'olhar apaixonado...
Paixão, és um sentimento tão desgraçado!
E lá vem ela!
Ó Mulher bela!
Mas ora, quem sou eu?
Quem sou aos pés da
linda moça que
eu trovo, canto...
Moça esta que
não cantará-me?