Canta-me!

Ela é que ensina as tochas a brilhar,

E no rosto da noite tem um ar

De joia rara em rosto de carvão.

É riqueza demais pro mundo vão.

Como entre corvos pomba alva e bela

Entre as amigas fica essa donzela.

Depois da dança, encontro o seu lugar,

Pra co’a mão dela a minha abençoar.

Já amei antes? Não, tenho certeza;

Pois nunca havia eu visto tal beleza.

ROMEU

Canta-me!

Que lha cantarei uma modinha!

Que estas ímpetas notas refletirão teu charme!

E narrarei nossos contos de paixão!

Ó, e se tu ao menos ficares arrebatadinha...

Não haverá alguém que m'acalme!

E que neste mundo vão,

Esteja eu para segurar a tua mão!

É dest'amor apetecido,

que entretanto jamais minh'alma tenha percebido,

a culpa do meu estonteio, d'olhar apaixonado...

Paixão, és um sentimento tão desgraçado!

E lá vem ela!

Ó Mulher bela!

Mas ora, quem sou eu?

Quem sou aos pés da

linda moça que

eu trovo, canto...

Moça esta que

não cantará-me?

vanTyb
Enviado por vanTyb em 21/09/2019
Reeditado em 22/09/2019
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