Intimidade

A água é fresca

As mãos são os talheres

E as risadas nunca foram presas

O silêncio prazeroso

A perda de ar

Ninguém conhece medo

Desejamos nos perder

Em cada curva

Em cada esquina

Paramos no tempo pra ver ele correr

As lágrimas caem do rosto

Sempre que quer

O corpo vira casa

Sempre que quer

Em todos os outdoors

Tem bem-me-quer

Plantas que já nem sei o nome espalham-se pela casa

Tem vento preso balançando as cortinas

Querendo sair

Querendo dizer

Querendo contar

Sem se conter

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 21/09/2019
Reeditado em 05/05/2020
Código do texto: T6750035
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