INTIMIDADE

Autoria: Regilene Rodrigues Neves

Uma vontade foi me envolvendo de ti

Não sei...mas quis te abraçar de repente

Telo nos meus braços de alguma forma

Trocar carências castas e feridas

Mostrar meu coração, uma imagem de paz

Ante a guerra de um passado de dissabores

Nos teus braços estar entre o carinho

De dedos na minha face percorrendo...sentindo...

Se entregando, uma vontade, um desejo de afeto...

Palpando um ao outro sondando famintos...

Te roubar um gesto que não me pertence

Sem confundir, apenas consentir um toque

Que provoque o destino...Será que me sente,

Como eu sinto? Sei que existe algo maior nos levando...

Encostando minha alma na tua

Essências sugadas de um rebojo

Que me leva, febril, ardente...carente...

O olhar me chama no tigre, me pede,

A loba uiva pra lua, extintos a perseguem...

Os sentidos envolvem a noite

Uma estrela marcante...um cavaleiro me atrai...

O monge reza o pecado envolto

As almas sombrias de um amor ocultam

Não sei mais...O coração vibra intenso na mão que o acolhe

A face se entrega ao mar... Seminua mostra o colo pujante

De anseios envoltos de sentimentos plácidos e algozes...

O mistério paira...Trouxe um anjo para mostrar o caminho

Quis que eu o seguisse...Senti que algo me levava

De mãos dadas com meu destino fui seguindo...

Poucas palavras significaram tudo e nada...

O cavaleiro sofre ante o dragão que oprime

Quero ser o bem sarar as feridas deixar estendido o amor!

Pois é o amor que nos une mesmo que não nos pertença

Sinto que vim te salvar ou quem sabe nos salvar

Perante almas encontradas em poesia

Sintonia sem corpo...sem olhar...sem idade física...

Porque tudo transcende...supera aparências...limites...

A beleza é profunda e vista além...Comunga o bem...

Quem sabe apenas a poesia

Vai nos curar do infortúnio de amar...

Mas ante a poesia quero me entregar

Pois ela um dia veio pra me afagar

Nela lapidei minha jóia

Hoje uma perola cercada numa ostra

A protegendo de guardados íntimos de utopia

Somente a quimera retrata tão doce poesia...

Em 20 de agosto de 2005