COBERTOR DE LUA
Não foi un sonho.
Deitar- me num mar
de sabores, emoções e
cantos pecaminosos nu,
impossível ser sonho.
Posso relatar como o Dalí,
evitando ser obsceno,
mas preciso que chegue
a você minha obra cubista:
"Meu cobertor de lua".
Entre abraços, beijos e
carícias, às miles,
foi subtraído na planície
sua, toda nua, até desaparecer
sem fim.
O branco de seu solo e
as curvas voluptuosas
foram envolvendo o meu eu,
e sem perceber perdi toda
identidade sendo, apenas, acessório.
Nem lembro o final de tudo,
só que foi necessário
navegar para não morrer,
máximo que viver seria
via para mais trafegar.
Ò química de desejos e
amores ardentes,
cuja fórmula conseguiu
que um cobertor de lua cobrisse
minha alma e astro rei de luz.