Telegrafo
Queria te escrever mais uma carta
Alguns versos que ficaram no ar e aumentaram a lacuna entre nós
Palavras que não tivemos tempo de dizer pois tempo foi o que jamais nos faltou
Pensamos que ele não chegaria, mas junto com ele nossa esperança se findou.
Queria escrever tudo que jamais tive coragem,
Queria escrever aquelas palavras que nunca escrevi, você lembra?
Em 1916 ou em 2016... Queria largar tudo à sorte da entrega
Ou na urgência do telegrafo.
Quem sabe até navegar, seja pelo mar em grandes embarcações
Ou até mesmo pegar carona em um pesqueiro do rio Solimões
Não importa. Contanto que essas palavras chegassem em tuas mãos.
Mas dessa vez há uma barreira inquebrável,
Uma muralha impenetrável que nem as ondas de rádio são capazes de ultrapassar.
Uma barreira que nem pelo mar ou pelo rio eu poderia contornar,
É o teu sorriso. Que por minha causa, jamais vou ousar do teu rosto retirar.
13/09/2019