Vespertino olhar
Recolhe-se à tarde
Nas sombras
Da janela entreaberta –
Vespertino olhar
Aquieta-se no espaço
Entre as rendas da cortina,
Disfarçando uma felina saudade
Que se mescla
A despedida mais um dia,
Eloquente rotina
Que atônita
Espera em cada pôr do sol
O reencontro do Amor,
A sensação de pausar o tempo
E eternizar o beijo
Ah... esse vespertino olhar
Que baila nos aromas
Das cores e nos
Contornos (surreais bastidores)
Das nuvens
E, na passagem dos tons terra
Na folha caída na cadeira de palha,
Olhar vespertino que quase imóvel,
Sonha, pulsando
De desejo em nosso olhar...