Apenas Pedaços


Perdeu-se pela névoa da noite.
E o brilho dos olhos ficou opaco.
Viu o fim das etéreas ilusões.
Quis não deixar ir embora,
mas foi-se e veio a tristeza.
Quão eterna foi a efemeridade!
Marcou a ferro em brasa.
Destilou veneno no que era doce
e a ternura ficou rude.
E o cheio ficou vazio.
Tensão matou a calma.
O cristal fez-se em pedaços.
Cacos de sentimentos,
fragmentos de emoções.
Sobras do que era essência.
Tarde demais.
Já passou da hora,
não adianta tentar.
O presente incomoda,
o passado não morre.
Só morro eu mesmo,
perdido em pedaços.
Rasgando fotografias,
esquecendo o horário,
invadindo as madrugadas.
Declamando às estrelas,
pedindo piedade à lua,
gritando em dores.
Calando-me em silêncio.
Fechando os olhos
e só vendo você.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 07/09/2019
Código do texto: T6739760
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