VIGÍLIA
Durmo na sombra da estante
Dentro do teu Neruda
Na cama onde te deitas
Durmo em silêncio de estrelas
Durmo nas coisas que velas
Sonhando coisas perfeitas
Menino que dorme no homem
Que cuida de tudo o que dorme
Só dorme se o sono venceu
Durmo em teus braços de espera
Nos teus cabelos de seda
No teu corpo de sal e mel
Mas nunca dormem as feras
Que um pesadelo revela
Dorme em mim quem aprendeu
E se durmo enquanto dormes
Sempre acordado em meus sonhos
Quem vela teus sonhos sou eu