À DISPOSIÇÃO

À DISPOSIÇÃO

Havia um amor guardado na gaveta,
rabiscado numa folha de papel do caderno d'infância;

Havia um amor colecionado à mente dum filme em lembrança
(nele sorriam sorrisos);

Havia um amor projetado n'alma dum poeta bobo,
que inda hoje caminha em perserverança;

Havia um amor não vivido (sonhado)
mas vívido pela esperança;

Havia um amor volupto, impetuoso, 
cujos corpos deliravam em toques d'experiências,
na consciência dum mútuo prazer, tal qual equilibrada balança;  

Havia um amor que ao tempo do verbo reclamou mudança, 
e o tempo ditou sua vingança,
para o agora, que 'há'. 

- T'entrego então esse amor! 

E pela confiança que dou, 
n'aliança dum esplendor - como brilho de pérola em minhas mãos, 
ao viés da emoção (meu sentir não é em vão) 
digo-te, mulher:

- Use-o como quiser! 


(fim)