"Ensina-me o Amor"
Roma, 27/08/2019
Pois vem
Ensina-nos o Amor
A Compaixão
Além das letras
Vem no tempo certo
Na hora errada
Mas vem sem pressa
Do orgulho
Nos liberta
Só ele me nega
O resto
Entrega
O egoísmo
Dispenso
Foi-se o tempo
De altruísmo
É nossa era
Será?
Pudera
Pois vem
Faz-me recanto
Na sua chegada
Seco teu pranto
Te dou meu canto
Mas tenha calma
Não uso capas
Das suas dores
Não sou herói
Nem responsável
Por suas chagas
Mas cuido delas
Sem descanso
As faço minhas
Sem cobrar nada
Não sou razão
Nem sou resposta
Não tem em mim
O que te falta
Somente eu
E tome nota
Nunca serei
O que te sobra
Em uma estante
Ou hora vaga
Não leve a mal
Não é defesa
Te vejo inteira
Assim me veja
Não acredito
Em almas mancas
Ou que precisem
De emendas
Apenas viajantes
Espíritos livres
Andarilhos
De carona
Nas estrelas
Que se encontram
No tempo exato
Não diz que foi acaso
Que a química nega
Sem ter pena
Afinidades
São nossos laços
Constroem pontes
Destroem muros
Evitam celas
Nos ligam
Na eternidade
Delas dependem
Os novos dias
De união
E permanência
Então permeia
A impermanência
Esquece a volta
Que ela demora
Não use portas
Nos afinamos
Sem ter algemas
Lutemos juntos
Amemos hoje
Sem amanhã
Com pouca roupa
Que a lua veja
E sinta inveja
Tornemos raro
Cada segundo
Que sempre vão
Me diz que voltam
E se não tornam
Me diz;
Agora
Estando aqui
Por que não cessam?
Pois bem
Que me magoe
Nessa estrada
Mas me conte
Não esconda
Seus atalhos
Toda dor
Bem como a flor
Com seus espinhos
Tem dois lados
Mas só me sangre
Se preciso
Com a sinceridade
Não tem beleza
Nem há sentido
Em controlar
E ser covarde
Não me negue a decisão
Do que para mim
É certo
Ou é errado
Não sou juiz
Nem quero ser
Mas com mentiras
Somos todos condenados
Entre nós dois
Virão os erros
Mas que nenhum
Vire segredo
Ocultar é para os fracos
Se o julgo
No mundo arde
Entre nós dois
Reinará compreensão
E liberdade
Não tenha medo
De partir ou de ficar
Ou de partir meu coração
Tenha coragem
Não pense no meu bem
Se isso for nos enganar
Me viro bem na tempestade
Se a verdade for o cais
Pois vem
Meu coração não tem receio
Trate dele com bom senso
É insensato mas atento
Dedicado anfitrião
Nas duras noites
Dos teus anseios
Sendo assim
Eu te prometo
A todo feito
O meu respeito
O meu amor inteiro
Sem pudor
Nem pré-conceito
Terá de mim
Sinceridade
Abraço casa
Ombro amigo
Besteiras no ouvido
Toda minha lealdade
Serei seu cúmplice
Não só nos sonhos
Mas nos desejos
Em seus fetiches
E nas más fases
Em sua história
Não serei o último
Nem da memória
O primeiro
Mas ficarei
No coração
E nas lembranças
Como alguém
Que encontrou
Um meio
Um jeito
Verdadeiro
De ser inteiro
De jamais pedir
O que não tenho
Nunca forçar
Um só momento
Saber ouvir
Sem ter um tema
Não despejar em ti
Um só problema
Saber calar
Quando um abraço
For tudo que deseja
E só partir
Se assim pedir
Só desistir
Se for da ausência
Posso seguir
Se for melhor assim
Não sem perdão
Nem sem razão
Só vou em paz
Se eu for
Entenda
Na eternidade
O fim não pesa
E sim liberta
Ele tem cura
Nos transforma
E nunca chega
Se eu for então
Levo você
No coração
Na oração
Por gratidão
E solidão
Em meus poemas
Que as lágrimas
Do até logo
Tornem úmido
Entre sorrisos
O nosso beijo
Que ainda arde
Por não ser tarde
Na chama da admiração
E no fogo do respeito
Pois bem
É só a hora
De ir embora
Mas não demora
Um dia volta
O verdadeiro amor
Não se esgota
Só se transforma
Se expande
Sem limite
Ninguém controla
Siga sem mim
E sem o medo
Faça história
Novas memórias
Se cuida
Nessas voltas
Que te amem
E te desejem
Te admirem
Te queiram livre
Como eu
A nossa rota
Pode ser torta
Mas no amor
Não tem derrota
Para quem ama
Sem temer
E esse poema
Minha cara
Fala de partida
E de chegada
Mas nessa prosa
Livre de mágoas
Não encontrará
Um adeus
Ida sem volta
Sentirei sua falta
Mas nos deram asas
Se for preciso voa
Voa
E não demora.