ALVA
Sou filha branca da sombra da noite
Semelhantes odaliscas nas tendas
Não critique sou alva não confunda
O sol não me ofuscas entre tantas
Não faça guardar-me em minhas vestes
Que eu mesma das quais me guardei
Diga-me amor de minha vida segreda-me
Reconheça-me a mais bela das mulheres
Pois bela é a face no êxtase do amor pleno
Sou como um lírio entre rosas e espinhos
Repousa sua mirra entre meu seio macio
Meu fruto tenro doce ao seu exímio paladar
Meus braços seu leito seu oásis no deserto
Levante a bandeira do amor hasteie finque
Sustenta-me revigora-me estou doente
De amor suplico pelos deuses desperta-me
Até que o desejo faz-se ninho em fendas
Escondido venha ao meu encontro veloz
Antes que o frescor dos dias terminem
Que a gazela não tenha força de escalar
Antes que a brisa desapareça nas noites
E o sol escaldante tome meu frágil corpo
Tome-o você pois já seduzi-o meu espirito
Sejamos a junção do oposto com o mesmo
gosto
ADELE PEREIRA
26/08/19