ÍNDIO

Ele parecia um Ìndio

um índio

de olhar mudo

ele era tudo

ele também era Luz

ele era Blues

As curvas sinuosas

sob seu olhar

faziam suas mãos

arrancar dela gemidos

dedilhava-a

com carícia maliciosa

e a Guitarra se entregava

com alaridos

toda dengosa

Ele cantava

e encantava

O Blues por sua vez

a dor suplantava

Ela pensava:

Quisera seus dedos

a dedilhar meu corpo

acariciar minha pele quente

e ao som do Blues

penetrar m’ alma

numa perfeita junção

corpo e coração

Da platéia

ela não parava de olhar

Aquele Ser absurdo

fazia seu coração pulsar

Aquela selvageria

no olhar

nasceu com ele

Aquela pele morena

de gosto sereno

também era dele

Ela desejava aquele homem

com todas as suas forças

com todo desatino

de uma volúpia insana

de um desejo cretino

Há quisera! Quisera!

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Narinha Lee
Enviado por Narinha Lee em 25/08/2019
Reeditado em 16/09/2019
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