ÍNDIO
Ele parecia um Ìndio
um índio
de olhar mudo
ele era tudo
ele também era Luz
ele era Blues
As curvas sinuosas
sob seu olhar
faziam suas mãos
arrancar dela gemidos
dedilhava-a
com carícia maliciosa
e a Guitarra se entregava
com alaridos
toda dengosa
Ele cantava
e encantava
O Blues por sua vez
a dor suplantava
Ela pensava:
Quisera seus dedos
a dedilhar meu corpo
acariciar minha pele quente
e ao som do Blues
penetrar m’ alma
numa perfeita junção
corpo e coração
Da platéia
ela não parava de olhar
Aquele Ser absurdo
fazia seu coração pulsar
Aquela selvageria
no olhar
nasceu com ele
Aquela pele morena
de gosto sereno
também era dele
Ela desejava aquele homem
com todas as suas forças
com todo desatino
de uma volúpia insana
de um desejo cretino
Há quisera! Quisera!
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