NOS BRAÇOS DA POESIA
(Sócrates Di Lima)
Cabe nos braços da poesia,
O meu próprio abraço,
E quem o desdenha perde a magia,
E faz um vazio no seu próprio espaço.
Como a águia que se recicla,
Ao longo da sua sobrevivência,
Meu coração se multiplica,
Na melhor convivência.
Nos braços da poesia, o aconchego,
Que se perde na multidão,
Em sua extensão a qualquer lugar eu chego,
Com ele posto à mão.
Nos braços da poesia, o amor,
Que nunca morre e nem deixa saudade a toa,
Por mais que se sinta um ato de dor,
O amor, nunca terá sido atoa.
E se a conspiração o beija-flor desdenha,
O tratando como se fosse um " isso" qualquer,
Desse jeito, não há jardim no mundo que se tenha,
Comparação com a alma lírica de uma mulher.
E o amor que se dá,
Sempre será bem dado,
A recíproca é verdadeira e sempre vai estar lá,
No fundo do coração bem guardado.
Nos braços da poesia eu rio,
Eu choro...
acendo o meu pavio,
pego fogo, queimo, lhe devoro!
O mundo é uma roda gigante,
O sentimento de amor assim, será tão relevante,
Não se pode de uma partida inconsistente,
Por capricho achar que um coração é errante.
Assim dizia a flor ao beija-flor,
Quando o outono partia,
- Não guarde dentro de si um rancor,
Tão pouco se faça num ato de rebeldia.
No amor há a poesia,
A alma entrelaçada sempre será viva,
Realidade e fantasia,
Faz do amor uma partícula de átomo ativa.
E assim, nos braços da manhã, tarde e madrugada,
O dia carrega o amor não um fardo,
Mas, uma beleza que sempre será renovada,
No corpo do amor, todo dia, o dia todo abraçado.
Então, nos braços do dia entrego meu caminho,
Meu espírito na plenitude da singeleza da fantasia
E com ela meu coração nunca estará sozinho,
Sempre se fará aconchegado, nos braços da poesia..