Pegar na sua mão
Pegar na sua mão
Será que o olhar daqui em diante
Terá as estrelas como fundo de palco?
Pegar na sua mão e apertar como se querendo segurar na rua,
Para que alguém, seja ele quem for, percebesse a minha intenção,
Ingênua de querer para sempre, mesmo que o sempre fosse agora,
E nada mais.
Será que o olhar daqui pra frente
Terá a lua sob a palma das nossas mãos?
Pegar na sua mão e sair pelos becos, pelo simples desejo de ser feliz,
Segurar sem rumo, porém em punho, só para ver o que vai dar.
Será que o olhar daqui para a madrugada,
Terá o sabor da noite ébria, cheia de vinhos tintos e distintos?
Pegar na sua mão e sentir algo infinito além das luzes dos bairros,
E o porre dos bares abertos e semi-abertos de paixões sem pecados.
Será que o olhar, indeciso, terá a sombra de nossos passos?
Pegar na sua mão e sentir a fragilidade,
Porém minha agora.
Apertar a sua mão, a palma do seu destino
E seguir a linha, os traços da vida,
Da essência que sei que procuras e que está logo ali.
Bem ali, na esquina,
Onde não se sabem ao certo, se as mãos se cruzam, ou se apertam,
Se entrelaçam ou se despedem.
Pegar na sua mão, sem saber ao certo,
Se passam as manhãs, ou se passam as noites,
Se vão ou se ficam.
Pegar na sua mão,
E já não somos os mesmos,
Nem os dedos que entreabertos, deixam passar...