Paquerinha II

Foi num dia desses quaisquer,

Sem ao menos eu querer,

Olha só meu bel-prazer!

Encontrei meu bem-querer.

Surgiu tão de repente,

Cruzando minha calçada,

Olhou-me encabulada,

Chamou-me discretamente.

Eu não sabia o que dizer,

Fitava-a em primavera,

Jeito meigo de donzela,

Pôs-se a me envolver...

Sua mãos logo as toquei,

Vejam que coisa engraçada!

Ela ficou desnorteada,

E um beijo seu roubei.

Na dança do pescoço torto,

Do gosto bucal excitante,

O estranho pra um iniciante,

Ver línguas pegando fogo.

Depois o silêncio, empatia,

O olhar tênue de mulher,

Mais um abraço, cafuné,

Quão lindo foi aquele dia!

Nada acontece por acaso,

Meu caso não tem sentido,

Com o juizo meio perdido,

Eu virei o seu namorado.

*Releitura - primeira publicação Dez/07 - para Sarau Universitário - Santos/SP.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 28/09/2007
Reeditado em 18/12/2023
Código do texto: T672290
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