Paquerinha II
Foi num dia desses quaisquer,
Sem ao menos eu querer,
Olha só meu bel-prazer!
Encontrei meu bem-querer.
Surgiu tão de repente,
Cruzando minha calçada,
Olhou-me encabulada,
Chamou-me discretamente.
Eu não sabia o que dizer,
Fitava-a em primavera,
Jeito meigo de donzela,
Pôs-se a me envolver...
Sua mãos logo as toquei,
Vejam que coisa engraçada!
Ela ficou desnorteada,
E um beijo seu roubei.
Na dança do pescoço torto,
Do gosto bucal excitante,
O estranho pra um iniciante,
Ver línguas pegando fogo.
Depois o silêncio, empatia,
O olhar tênue de mulher,
Mais um abraço, cafuné,
Quão lindo foi aquele dia!
Nada acontece por acaso,
Meu caso não tem sentido,
Com o juizo meio perdido,
Eu virei o seu namorado.
*Releitura - primeira publicação Dez/07 - para Sarau Universitário - Santos/SP.