Portais da Sedução

Calam-se os sons,
Mas o silêncio é musical.
Como que notas isoladas
Almejando encontro.
Então, um entreolhar,
O sopro de vida das bocas.
O murmúrio de sílabas,
Inconfessas confissões.
A utopia é sonho,
E o sonhar roteiro e cena.
Gestos no fluir lento.
Movimento preguiçoso.
Divina sensualidade.
O verso provoca a poesia.
E as letras dançam,
Abordam-se em toques,
E perdem-se em reticências
Ante as exclamações,
Que fazem reverente silêncio.
Compartilham o que é único.
E por que o dizer,
Já está dito.
Ama-se.
Castelo, conto de fadas!
Alma feminina seduz,
Ser masculino desperta.
E do seduzires, o beijo,
O calar-se, o portal,
Um mundo particular,
Sem lugar, em algum tempo,
Onde pulsam almas,
De corações encantados.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 17/08/2019
Reeditado em 17/08/2019
Código do texto: T6722817
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