Até quem sabe um dia

Até quem sabe um dia

Em um quarto escuro, sagrado, dormiu o profano.

Agitava-se um corpo por dentro. Ardia-se

Desejava-lhe. Tremia-se. Ocultava-se, mas há chama ...

Espreita-a. E não queres?!!!! Então chama-a.

Não, não. Eu diria: Não queres!

Mas pergunto por que então tanto motivo para palpitação!?

Não sabe. Pensou: é isso!

E como ímã ... chamou-a para perto de si. Chamou-a uma terceira vez.

E por fim... fez. Veio. Aninhou-se. Gravitou na essência de seu cheiro, esperou pelo primeiro movimento dos músculos. O vibrar da pele a refrear-lhe o impulso de posse.

Tomou-lhe o corpo como teu. Saiu de si, mordendo-lhe as mamas sem pena. Puxando-lhe os cabelos.

Ela avançou. Ele então se recolheu. Não viera preparado para tanto

Ela recolheu-se. Mas já não mais podia adormecer. Pôs-se em decisão pela solidão

E então se pôs a lhe proporcionar a exalação do divino prana. Como um doce beija-flor a apreciar uma bela Azaleia (A azaleia, afinal, pensou com seus botões, só dá floração uma vez ao ano!)

Adormeceu ele. Amanheceu ela. Que partiria dali reflexiva...até uma próxima vez

FVL

#flaviavalencalimapoeta