Chuva na vidraça
Chove há horas!
Aqui dentro
Não se ouve buzinas,
Não se ouve pássaros.
Dia e noite se cunfundem,
Todos recolhidos e acolhidos.
O relógio não desperta.
Tudo é quase silêncio,
Interrompido pelo som relaxante
Da chuva que ecoa lá fora.
Chove lá fora!
Aqui dentro
Não se sabe do tempo,
Não se sabe do vento.
O quarto esconde na penumbra,
A cama ainda desarrumada.
Entre lençóis amassados,
Corpos se tocam braçados,
Respirando em compasso,
Ao som das gotas na vidraça.