"todos os olhos dela,"

"O que não tem remédio remediado está."

(Otelo) Ato I - Cena III

...

um quarto de hora pra não te devolver

o meu exemplo de deixar-me a morrer

a tempestade que navega pelos olhos dela

é exceção desta regra em queda e espera

e esperei. janela fechada, tela sobre vidro

eu não saí de lá, mesmo sob raios, sob riscos

quase pude tocar a sua mão, quase de lá, caí

mas era tarde pra consumir a vontade daqui

fosse a minha lápide e nunca te nomearia

fossem os seus olhos pintados a deitarem-me

e seria lua carregada! o tudo e o nada, enfim!

mas era pose.. um excesso de tinta a levaria!

todo.. o corpo e métrica! todo o fogo a atear-me!

p'ra que não mais esquecesse ela, dentro de mim

...e não era,

pra te ser

assim.

AzkeTarOss
Enviado por AzkeTarOss em 09/08/2019
Reeditado em 19/09/2019
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