Sou algo profundo
Estou poema em branco ,tão santo, confuso, redondo, sem fundo,
tão nu, vestido de branco , rodando
praças vazias de amores e bancos
Sou mão cega tateando
ruas infinitas de lagrimas , vazio peito amargurado da noite
hálito pálido e lábios úmidos.
Sou verso calado, sofrido, amado,
Molhado de velho sentido surdo
Tão pouco e raso como
as águas sem fundo.