A DANÇA DA VIDA
Debrucei minha cabeça em seu colo
Para sonhar mais um pouco,
Troquei a cama de um lado para o outro,
Despi os travesseiros amarrotados, perfumados
Com os teus perfumes,
Viajei em meus pensamentos, para alguns
Países no final do fim mundo.
Alisei os teus cabelos até as curvas
Do teu pescoço,
Molhamos nossas bocas com
Beijos muito loucos.
Perdemos as horas nessa madrugada fria,
Os teus abraços foram entrelaçando aos meus,
E teu corpo entre o meu corpo desapareceu.
A engraçada lua nos espia pela janela,
Iluminando nossas peles,
A silhueta refletida na parede,
Desenha o contorno das nossas pernas,
E seus cabelos ainda molhados,
Banha seus ombros caindo para os lados.
A fala macia e rouca interrompe o balé,
A dança da vida.
Como a graúna em voo rasante,
Libera um grito esvoaçante,
Depois que meus olhos desfilam,
Em todo o teu corpo reluzente.
É como descobrir o caminho
Para as índias,
Ser o primeiro desbravador em
Terras estranhas,
Encontrar águas nascentes, cachoeiras
Disparar flechas certeiras.
É saciar com as suas frutas bem maduras,
Lamber o mel produzido por essa Terra,
Ser navegador, índio e explorador,
Para possuir onde seu pé já pisou,
Ser bravo guerreiro conquistador.
A cor da sua pele é a pureza
De todas as raças,
As maças de teu rosto rosadas,
Denunciam mais palavras sedutoras;
Quando caminha marca a terra com
As suas pegadas, sumindo nas areias da praia.
Teu sorriso é meigo e manso,
Tuas palavras são bálsamo de alívio,
Tua cintura bem modelada contorna bem,
As pernas bronzeadas,
E teus lábios macios declaram-se apaixonados.
É delicada em todos os seus gestos,
É imaculado o leito da minha amada,
É o canto dos pássaros, riso de alegrias,
É a nudez do corpo, seminua.
É a música mais linda para começar o dia.
É o raiar do sol, brilhos das estrelas.
É a brisa das montanhas, ventos nos coqueiros,
Mares que levam os barcos a velas,
Farol que ilumina o cais dos marinheiros,
Caminhos que se perdem os forasteiros,
Amor que se completa o dia inteiro.