O CAÇADOR DO MUNDO
Silêncio!
Estou de tocaia
vendo as palavras que passeiam
d e s g a r r a d a s
buscando outros significados
nas descidas e nas subidas
da vida
espanta-me
uma sílaba qualquer
átona ou tônica
Prendo a respiração
após inspirar-me
profundamente
e lanço meu olhar
sorrateiro
vejo na esquina a menina
com seu caminhar faceiro
e um olhar de apaixonada
Passa então a brisa
e me avisa dos vendavais
Perscruto a saudade
em cada jardim
e nas ruas da cidade
Ouço os ais de outrora
de dor e de amor
- por tantos anos -
tão presente no ar
e nos ventos
que sustentam
o meu cotidiano
Nas brincadeiras
das crianças
Sinto a esperança
acenando para mim
O poeta
não vive em si
ele é um caçador
do mundo
das realidades
vividas
existentes
e inventadas
Silêncio!
Estou de tocaia
vendo as palavras que passeiam
d e s g a r r a d a s
buscando outros significados
nas descidas e nas subidas
da vida
espanta-me
uma sílaba qualquer
átona ou tônica
Prendo a respiração
após inspirar-me
profundamente
e lanço meu olhar
sorrateiro
vejo na esquina a menina
com seu caminhar faceiro
e um olhar de apaixonada
Passa então a brisa
e me avisa dos vendavais
Perscruto a saudade
em cada jardim
e nas ruas da cidade
Ouço os ais de outrora
de dor e de amor
- por tantos anos -
tão presente no ar
e nos ventos
que sustentam
o meu cotidiano
Nas brincadeiras
das crianças
Sinto a esperança
acenando para mim
O poeta
não vive em si
ele é um caçador
do mundo
das realidades
vividas
existentes
e inventadas