Poema da Negação
Olhei, vi um céu sem estrelas.
E a dignidade de meus sonhos
Deixada para depois.
Percebi o amor jogado ao léu
Nas mãos de quem tudo tem
- Tudo – Tudo – Tudo!
Na escuridão mergulhara o provo
Revivendo de novo eras tão sofridas
Existidas no século que se foi.
- Tudo – Tudo – Tudo!
Desfazem-se sonhos havidos
Conseguido na contramão da história
Utilizam-se como afirmativa a negação
- O poeta está morto, cultura morta -
Nos ditames da santa intervenção.
- Nada – Nada – Nada!
Nada mais resta senão o afago da esperança
Que na andança do tempo
De lamento em lamento se apresenta intacta
Diante da negação da Ciência, da história,
E da tecnologia que jamais mentiram à humanidade.