Filho do Diabo

No planeta colorido a lua se formou

O filho do homem, sem nome, sambou,

Na treva, apossou-se da rebeldia.

Não suportou a história retrocedeu, ignorou.

Nascera em berço de ouro ou prata

Não conhecera a dureza do estábulo

Não dormiu nem dorme na aba do lavrado

Preocupado talvez com a foice e o martelo

Do pobre, mais digno, lavrador.

Nascido duma mulher e dum homem

Tal de Maria ou Chiquinha

De um Zé qualquer cheio da mais valia.

O dia se fez negro, mais negro que a noite.

O sol avermelhou-se qual caldeira do inferno

A aurora retrocedeu a espera do nascer

Esquecera-se que Jesus nascera na cruz...

Ao contrario de Jesus se fez bonachão

Deixou de ser filho natural, irmão

Das coisas boas da vida

Vai-se embora homem! Alegro-me já é Natal.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 02/08/2019
Reeditado em 02/08/2019
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