Filho do Diabo
No planeta colorido a lua se formou
O filho do homem, sem nome, sambou,
Na treva, apossou-se da rebeldia.
Não suportou a história retrocedeu, ignorou.
Nascera em berço de ouro ou prata
Não conhecera a dureza do estábulo
Não dormiu nem dorme na aba do lavrado
Preocupado talvez com a foice e o martelo
Do pobre, mais digno, lavrador.
Nascido duma mulher e dum homem
Tal de Maria ou Chiquinha
De um Zé qualquer cheio da mais valia.
O dia se fez negro, mais negro que a noite.
O sol avermelhou-se qual caldeira do inferno
A aurora retrocedeu a espera do nascer
Esquecera-se que Jesus nascera na cruz...
Ao contrario de Jesus se fez bonachão
Deixou de ser filho natural, irmão
Das coisas boas da vida
Vai-se embora homem! Alegro-me já é Natal.