Marujo
Olho o verde bosque
Atiro-me no profundo mar
Encanta-me a obra, a arte,
A parte que me restou.
Capto conchas apagadas
Recolho algas estraçalhadas
Apanho polvos sem vida
Sobre os tentáculos vencidos.
Canto o amor dos pólipos.
Miro as estagnadas abobadas
Percebo vida sem muco
Agarro-me actínia vermelha
Misturo-me à massa protegida.
Observo o alvéolo salsa
Protejo poupas vísceras
Que determina o peso do mar.