E COM O CORAÇÃO NA MÃO EU TE PERDOEI.
Você é a semente que a minha mente projetou, você é o som que uma viola solou, e o tom que a minha musica tocou, tu és o meu verbo agora, eu sou a hora que não parou, eu sou o Amor que aconteceu e sem demora cresceu. Eu sou a flor que floresceu sem alarde, eu sou a noite que se despede da tarde, eu sou a palavra verdade, eu sou a língua calada e a boca tapada, e tu és a senhora da minha senzala, e o cabo da minha bengala, a rede que me embala. Eu sou a saudade que o Amor interrompeu, eu sou a fogueira que não ardeu, eu sou o sol que não amanheceu, eu sou o liceu de Atenas, eu sou apenas o teu Romeu.
Eu quero me aquecer com a tua pele macia, com a mania de te ter no meu braço, o laço de um abraço feito rede, presa junto a um retrato na parede, por uma sede que não mata mais anestesia, e a filosofia que nos faz entender a realidade que se anuncia, aonde a beleza te aquece para não permanecer fria, e mesmo que tu não fizesses nada por mim eu me apaixonaria, e de qualquer maneira eu te Amaria.
Eu quero inúmeras flores para enfeitar a tua cama, um telegrama para te avisar, e uma história para te contar, quero te fazer acreditar mesmo sem entender, como vou fazer para compreender todo o teu mistério, e usar do meu critério para te avaliar. E quanto às palavras que você queria me dizer antes de me beijar, só fez aumentar a minha aflição, e com o coração na mão eu te abracei, e deixei todos os meus planos se enlear e te acalentar sem ao menos precisar receber a tua explicação, e foi assim que eu aprendi a te Amar.