AMO-TE
AMO-TE
Aninho-me suavemente em teus braços
faço deles o meu mundo em nosso quarto
sinto que não preciso de outro espaço
para viver toda uma vida aqui eu me farto
Beijo-te como se fosse a primeira vez
no desejo de colar os teus lábios nos meus
para que eu não ouça um talvez
que amanhã terei novamente os teus
Amo-te como se jamais tivesse amado
entrego-te todo o meu prazer
esquecida do mundo lá fora jogado
perdida neste te pertencer
Eu preciso deixar-te do meu cheiro impregnado
entranhar-me em tua pele nua
deixar minhas impressões no teu ser registradas
que te lembres amanhã o quanto eu sou tua
Este amanhã que não tem qualquer garantia
é que me faz desejar ficar em ti tanto assim
dou-te tudo do meu amor, faço-me a tua cama macia
para que te aninhes completamente em mim
E que sintas em meu corpo o prazer da clausura
o inexplicável gosto em te sentir aprisionado
a inesgotável sensação de paz que vem desta tortura
o incontestável desejo de aqui ficar abandonado
Tudo quero pelo tanto que eu te amo
tudo eu te dou porque eu te amo
tudo eu sou quando te amo
E amo-te na loucura
de quem não crê na eternidade
é neste amar infinito que eu me faço mais pura
e ganho o céu neste momento de felicidade
Célia Jardim