Zoeira
Hoje estou aqui amanha sei não
Não sou vento, sou nada!
Em mim inexiste à ira
Às vezes só existe paixão.
A água que se vê invadiu espaço
E virou ribeirão, peixes sonolentos.
Nem piaba nem cação
Apenas lambari que a cará ostenta.
Da rocha cai a cachoeira...
Zoeira faz no tenebroso grotão
Afaga o lago na caverna
Prosa e verso sem aflição.
O lírio a tudo assiste quieto
Repleto de mansidão
Saúda o vento com sua dança
Sem se importar com gratidão.
E vamos todos de mãos dadas,
Indiferentes, na mesma direção
Ouvindo o canto triste do galo
Ao grito do pobre desgrenhado.