Zoeira

Hoje estou aqui amanha sei não

Não sou vento, sou nada!

Em mim inexiste à ira

Às vezes só existe paixão.

A água que se vê invadiu espaço

E virou ribeirão, peixes sonolentos.

Nem piaba nem cação

Apenas lambari que a cará ostenta.

Da rocha cai a cachoeira...

Zoeira faz no tenebroso grotão

Afaga o lago na caverna

Prosa e verso sem aflição.

O lírio a tudo assiste quieto

Repleto de mansidão

Saúda o vento com sua dança

Sem se importar com gratidão.

E vamos todos de mãos dadas,

Indiferentes, na mesma direção

Ouvindo o canto triste do galo

Ao grito do pobre desgrenhado.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 25/07/2019
Reeditado em 26/07/2019
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