O QUARTO DO DESAPEGO
Não se beijam as bocas.
Isso vem depois.
Abertas porém...
Lábios ansiosos...
Pertos em leve toque...
Espasmos...
Espasmos...
No quarto do desapego...
Sem motivo pra abajur.
Deixar que a lua contemple...
Entrando pela janela...
Tocando os que se tocam...
Celebra o universo...
Todo esse apego.
Um diz do outro...
O quão agradáveis são.
Mas adjetivos além...
Se ocultam porém...
Em confiança plena...
E intimidade tenra.
Exclamados...
Ditos na cara dura.
Sussurrados...
Ditos ao pé do ouvido.
Em estalos...
Então se beijam as bocas...
No quarto de todo apego.