Poema N1

Ensaio, estudo.

Prática para

para a liberdade

que não

tenho.

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Não que eu não queira mais sugar de tua alma

as dores e afetos que um dia sonhei

quando primeiro te conheci.

Não que eu não queria que seus olhos me suguem

cada vez que pisca e olha pra mim

chamando-me para ti.

Não é que o mundo enlouqueceu e com ele eu,

e tenho medo das perdas nessa loucura

e que no final enterrem nossos corpos mortos no silêncio.

Não que o sol brilhe mais quando penso nos encontros

que não tivemos e ficaram marcados na tela do celular.

ao contrário, ele parece mais cinza, imitando a cor

com que pixam os corações dos amantes de amores

abortados.

Não sei se seria a confiança tão frágil para não suportar

os duros encontros de nossos abraços

embalados de meias verdades, meios sorrisos, meios olhares.

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Pré 2019