OUVINDO OS VENTOS
(Sócrates Di Lima)
Ouvir os ventos,
é como decifrar o amor,
É ouvir as vozes do coração,
chegando na suavidade de uma flor,
Ouvir os ventos,
é sentir a paz....
É sentir-se leve,
saber da vida, o que se faz,
Como o beija-flor, da flor se serve.
Ouvir os ventos,
É como ouvir a brisa,
Sussurros de saudades,
Que chega e não avisa.
Ouvir os ventos,
É ouvir a Lua em meio a solidão,
É sentir a alma valsear numa canção,
A deslizar nas pistas do coração.
Ouvir os ventos,
É como sentar-se á sombra de uma palmeira,
na imensidão dos desertos,
E de qualquer maneira,
Ouvir seu quérulos por certo.
É como navegar nos oceanos,
Em barco a vela,
Longe de todos os enganos,
Que possam gritar sobre ela.
Ouvir os ventos,
Não são tormentos,
São névoas de sentimentos,
Que veem do passado,
E em todos os momentos,
sentir-se, ainda, enamorado.
Ouvir os ventos,
É como ouvir estrelas,
Em noites de saudades em contentamentos,
Como é belo aos olhos tê-las.
E quando vem de longe sua imagem em relances,
Mostrando sorrisos e olhares doces...
A alma se solta em seus alcances,
Vai busca-la como se seu vento fosse.
Ouvir os ventos,
É como ouvir o amor....
É como ouvir todos os sentidos,
Que por mais que sejam ressentidos,
Não são lamurias e nem mesmo a dor.
Ouvir os ventos é como ouvir os lábios dela...
Invadindo minhas janelas,
E pousando na alma do Eu poeta sonhador.