À espera dos sinos de vento

No degrau da escada,

Esquecida a xícara de chá, silente

Aguarda os sons dos sinos de vento

E os aromas das nuvens

Que em tons de azuis, vermelhos e amarelos

Pincelam o fim de tarde;

Há nessa espera uma saudade tão intensa

A pousar o olhar em tuas fotografias

E, sentir o doce toque

Dos teus beijos brincando

De esconde - esconde

Em meu rosto e cabelos...

A branca xícara de porcelana

Emocionada despede-se

Do degrau,

Dos frisos prateados

Despe-se

Das pétalas de rosa

Impressas no pires

E, aos poucos, desaparece

E renasce em contornos... em tintas

Em vida -

Na tela de moldura dourada

Ouro - envelhecido,

Ao lado do teu porta- retratos...