A mor (te)
Sou retido neste canto.
Quando pouco solto, sou
Como pedaços poucos e frágil
Do azul esparso
do céu submetido ao cinza escuro
que insiste em nublar.
O amor em mim
é, esta coisa fulgaz.
Um ser devasso e atroz.
Quando em mim fluindo
Transborda, deságua
arrastando nós.
Amor em mim
Não é límpido, claro
Ou transparente, é
Fluxo corrente, inundante.
Sou quando amante
todo sofridão, espamos aleatórios
ora translúcido, ora todo escuridão.
É neste motivo
Que me prefiro nublar.
Não banho prazeres
deste sol queimante
de meu tenro exagero em amar.
Acorrento-me, amordaço-me
tiro tensão de meu coração
amante, deixo pouco
quase nulo pulsar.