A mor (te)

Sou retido neste canto.

Quando pouco solto, sou

Como pedaços poucos e frágil

Do azul esparso

do céu submetido ao cinza escuro

que insiste em nublar.

O amor em mim

é, esta coisa fulgaz.

Um ser devasso e atroz.

Quando em mim fluindo

Transborda, deságua

arrastando nós.

Amor em mim

Não é límpido, claro

Ou transparente, é

Fluxo corrente, inundante.

Sou quando amante

todo sofridão, espamos aleatórios

ora translúcido, ora todo escuridão.

É neste motivo

Que me prefiro nublar.

Não banho prazeres

deste sol queimante

de meu tenro exagero em amar.

Acorrento-me, amordaço-me

tiro tensão de meu coração

amante, deixo pouco

quase nulo pulsar.

C Brito
Enviado por C Brito em 20/07/2019
Código do texto: T6700720
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