SEJA O AMOR
SEJA O AMOR
Nao seja o amor,
como o vento
passageiro entre nós;
que nos revela
uma falsa
cumplicidade;
arejando
a nossa afeição
como um intruso
zombeteiro
de nossas carícias
íntimas,
nos instantes
propícios de nossa
amorosidade.
Seja o amor,
como a luz do sol
na água da cisterna
cristalina;
deixando nela
o seu calor afetivo
de prazeroso verão;
fazendo derramar
o suor pueril
da meiga menina,
que apanha água
com um balde
na cisterna,
aprendendo
desde cedo a servir
com satisfação.
Seja o amor,
bem livre do cansaço
de amar,
porque quem ama
não se cansa,
mas sente
apenas o suspiro
do coração
emocionado,
e a consciência amante
com mais vontade
para amar.
Amar o que se faz,
bebendo na fonte
do saber
artístico,
o carinho do sol,
aquecendo a água
fria da cisterna;
e após,
banhar-se do ocaso
no entardecer,
onde o amor
se nutre da beleza
divina eterna.
Escritor Adilson Fontoura