FULIGEM DO AMOR
Tudo muda como nuvens no céu
O importante é que você esteja por perto
Nunca longe deste lugar que não existe
Pois o longe me dá uma certa tristeza..
E eu não sei dizer ao certo
Se é por você que me afasto
Ou nefasto de mim
Deixei-me atrair pelos faustos vícios da solidão...
E a solidão é um quarto escuríssimo
Que não dá vontade de sair de lá
Pois que a luz da realidade
Incomoda o ser que quer descansar
No carpete de tua pele
Minhas poeiras escondo
A dança dos ventos embalando
As roupas nos varais...
Sem vida, contornos
Como espíritos nos umbrais
E as entreteceras
Dos navios que aportam
Fugidios nos cais...
Por favor não acenda uma vela para mim
Vivo de poesias tenho um rim
Teu amor me fez uma visita tão vulgar
Tão rápida como a vida de uma borboleta
Não preciso voltar para tu, entendes?!
Não há luz que resista a escuridão
Olha seus olhos quando fechas
As cortinas das pálpebras
Eles se movimentam
Mais é só a impressão
De que ainda vivem
Por alguém que como nuvens
Passeiam pelo céu das fronhas
Mais que de fato
Não existem...
Pois que ainda sonhas
Quando precisas acordar...