FULIGEM DO AMOR

Tudo muda como nuvens no céu

O importante é que você esteja por perto

Nunca longe deste lugar que não existe

Pois o longe me dá uma certa tristeza..

E eu não sei dizer ao certo

Se é por você que me afasto

Ou nefasto de mim

Deixei-me atrair pelos faustos vícios da solidão...

E a solidão é um quarto escuríssimo

Que não dá vontade de sair de lá

Pois que a luz da realidade

Incomoda o ser que quer descansar

No carpete de tua pele

Minhas poeiras escondo

A dança dos ventos embalando

As roupas nos varais...

Sem vida, contornos

Como espíritos nos umbrais

E as entreteceras

Dos navios que aportam

Fugidios nos cais...

Por favor não acenda uma vela para mim

Vivo de poesias tenho um rim

Teu amor me fez uma visita tão vulgar

Tão rápida como a vida de uma borboleta

Não preciso voltar para tu, entendes?!

Não há luz que resista a escuridão

Olha seus olhos quando fechas

As cortinas das pálpebras

Eles se movimentam

Mais é só a impressão

De que ainda vivem

Por alguém que como nuvens

Passeiam pelo céu das fronhas

Mais que de fato

Não existem...

Pois que ainda sonhas

Quando precisas acordar...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 19/07/2019
Código do texto: T6699285
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