Ela ama música.
A música está na sua escrita, na sua pele, difundida na sua alma.
Vinha-lhe como estado completo de embriaguez, intransponível e urgente. Como uma terrível ação de prazer - gozo que nascia às mãos e desaguava no corpo.
 
Contudo nada lhe bastava, e a febre lhe consumia para uma voz - uma voz ardida, grave e viríl.
- Animais que à noite se cruzaram e cometeram o crime de hastear o ardor ao meio - Agora lhe doía as sogas do querer, a urdidura, a volúpia e toda força contida naquela voz de fogo.

 
E como vítima da própria libido, acendia às mãos apenas o instrumento a cobrir-lhe a vontade crua.
Ahhh... Tivesse silêncios suficientes, não o chamaria com tanto despudor.

Mas toda boca descobria-se a sangue, sempre que o pressentia .
 






 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 16/07/2019
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