Dava por nome de amor
a onda mansa que se aninhava no peito
E quando rebentava
nas pedras do meu corpo e sangue,
não me cabia resistir, não adiantava lutar,
no catre das almas colidindo, 

[ era eu toda fogo, eras tu todo mar... ]
 
Dava por nome de paixão
[ o sangue luzindo do coração à garganta ],
retrato de alucinações,
entalhado nos espelhos profundos,
roendo... mordendo... comendo
da polpa sedosa da escrita
a libido selvagem da carne

 
Dava por teu nome
[ o sal de todas as imagens agudas
e todas as queimaduras vizinhas do coração ],
com as unhas cravadas ao sangue,
a desenhar a cobiça violenta
e a insônia entre as coxas e o quadril
Grave. Grave como um verbo inteiro !

 






 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 16/07/2019
Código do texto: T6697294
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