Dava por nome de amor
a onda mansa que se aninhava no peito
E quando rebentava
nas pedras do meu corpo e sangue,
não me cabia resistir, não adiantava lutar,
no catre das almas colidindo,
[ era eu toda fogo, eras tu todo mar... ]
Dava por nome de paixão
[ o sangue luzindo do coração à garganta ],
retrato de alucinações,
entalhado nos espelhos profundos,
roendo... mordendo... comendo
da polpa sedosa da escrita
a libido selvagem da carne
Dava por teu nome
[ o sal de todas as imagens agudas
e todas as queimaduras vizinhas do coração ],
com as unhas cravadas ao sangue,
a desenhar a cobiça violenta
e a insônia entre as coxas e o quadril
Grave. Grave como um verbo inteiro !