Banquete

E assim, como quem não quer que a vida se esvaia

saboreio tua voz,

como quem sente a manhã nascendo, lânguida e morna,

envolvente, me chamando pra te amar sem pressa,

gemendo baixinho a cada toque teu...

Quero te viver de todas as formas e te amar também

com a urgência dos dias que correm, céleres,

a brincar com o tempo, tão escasso, que temos

precioso néctar que nos é ofertado às gotas...

Depressa, sofregamente, como se pudesse te engolir inteiro,

para fazer com que teu sangue corresse em minhas veias,

alimentando-me de ti.

Explosão de orgasmos que te oferto, apaixonada, pois são teus todos os meus ais...

De novo e de novo, refestelar-me com o banquete

de tudo o que é meu em ti

e que me entregaste em ritual de fervoroso e doce amor...

Como quem sabe que o sereno vai sumir no começo da manhã mais fria,

agarro-me ao teu eu e anseio me fundir em ti,

nessa escultura do que somos, dependentes de quem somos,

amantes do que nos tornamos,

compostos unicamente de nós dois.

Lyzzi
Enviado por Lyzzi em 10/07/2019
Código do texto: T6692895
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