Quão Perverso!

Quão Perverso! Insano e profano esse desejo,

Que grita e em mim palpita!

Que corrói e domina,

Que levita e excita,

Que faz delirar

E viajar.

Tira-me de órbita,

Alimenta e, faz desabrochar.

Quão perverso!

É o querer,

E não deliciar.

É o sentir

E não apalpar.

Quão perverso! Ver a noite chegando,

O antídoto transbordando,

O cheiro do pecado conspirando

Esse desejo mais que insano,

Só quer amar!

Somente amar...

Na coxia da noite sombria,

Exalta a chama que queima,

Exala, inebria, vicia e contagia.

Quão perverso!..