A HIPNOSE DO AMOR
Oh, sim, de amores acho pereci.
Tu vestias vestido de algodão-doce
E , sob a luz opaca de Jaci,
Dissolvi, salivei tuas vestes. Foste
Magnânima feito magnólias
Balouçadas pelos ventos do Leste -
Agora, eis minhas carnes, esfole-as
Como prêmio pelo que me deste !
Suas, Sereia ? Tua alma traz areia
E teu corpo titubeia como as vagas
Antes de choques com as pedras.
A lua se move, foge do Sol que a clareia
E também vergonha de tuas ilhargas,
De cada seio teu que jamais enverga !
Ouça, ó mulher de meus pesadelos,
Os dias fluem feito o ar nas pradarias:
Deixa, mais uma vez, anelar-te os cabelos,
Volta a ser a Lua que desponta à luz do dia!
E meus lábios sôfregos pelo estertor
De teus sábios cânticos de dor e de amor...