Digo!
Vou te dizer agora
os raros versos que não pude eu ler,
a sentir o perfume da tua fala
escrita à minh’alma para se esconder.
Fugiste, amada minha,
e foste pra longe
onde não se adivinha
que morada há
onde se ache a outra alma minha
que em ti está.
Mas vou te dizer, sim, agora
e gritem as palavras do meu peito, fora
as que de dentro te ouvem,
as outras sim que já não passeiam
e apenas pranteiam
guardando um coração
que sofre e sem ouvir, chora
mas tudo hei de dizer-te agora:
amada minha
e filha da alegria,
amo-te, mulher,
antes e depois das horas
quando iremos todos nós embora,
talvez para sempre.