DOIS ESTRANHOS
Vidas mudas
Rotineiras
Lágrimas nas jardineiras
Amor maltratado
É o retrato do comodismo
É o retrato do vazio
Espaço vazio
Do amargo fel
Sem amor
Sem mel
Sem céu
São dois estranhos
Dentro de casa
Lá fora fachada
Em casa, vida amargurada.
São dois estranhos
Banidos da aurora feliz
O amanhecer da alma não traz novidades
Dia após dia
A mesma infelicidade
Da vida comum
De quem não canta o amor
em momento algum.
São dois estranhos
Duas vidas com amnésia
Olhar perdido
Sorriso opaco
Palavras ditas no piloto automático
São dois estranhos para o amor
Porque não cuidaram do jardim
Acostumaram-se com a beleza da flor
E não perceberam que ela murchava
São dois estranhos
Foram envelhecendo assim.
( Autor: Poeta Alexsandre Soares de Lima )