DOIS ESTRANHOS

Vidas mudas

Rotineiras

Lágrimas nas jardineiras

Amor maltratado

É o retrato do comodismo

É o retrato do vazio

Espaço vazio

Do amargo fel

Sem amor

Sem mel

Sem céu

São dois estranhos

Dentro de casa

Lá fora fachada

Em casa, vida amargurada.

São dois estranhos

Banidos da aurora feliz

O amanhecer da alma não traz novidades

Dia após dia

A mesma infelicidade

Da vida comum

De quem não canta o amor

em momento algum.

São dois estranhos

Duas vidas com amnésia

Olhar perdido

Sorriso opaco

Palavras ditas no piloto automático

São dois estranhos para o amor

Porque não cuidaram do jardim

Acostumaram-se com a beleza da flor

E não perceberam que ela murchava

São dois estranhos

Foram envelhecendo assim.

( Autor: Poeta Alexsandre Soares de Lima )

Poeta Alexsandre Soares
Enviado por Poeta Alexsandre Soares em 02/07/2019
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