Lágrima:
água benta da alma

Saudade dos meus pés intrepidos, atrevidos,
caminhantes de ousadias,
dias lindos, lindos dias.
Saudade 
Saudade dos meus pés,
ora tristes, combalidos,
mas sempre firmes, combativos.
O que são os meus pés?
Pés de amora, primeiro riso da aurora,
guerreiros, incansáveis pés de outrora..
Contemplativos, distraídos,
cansados, meditativos pés de agora.
O sagrado e o profano
na geografia dos meus pés,
já não zombam:
entreolham-se em harmonia.
Na metafísica dos pés,
à somra dos  tamarindos,
conjuguei tuas ansiedades.
Nos teus pés,
a história se retoca, triunfante.
Quando te sentires cansada, não esqueças:
lavarei os teus pés 
com lágrimas, bentas lágrimas de minha alma.
Ah! minha querida,
nos teus pés, valentes pés de hoje.
caminharei com você 
nos caminhos em que não andei.
Dá-me lições de Amor,
que eu te darei lições de Filosofia... de Vida.
Roberto Gonçalves
Escritor