Quente Adormecer
Chama
Que inflama
Em mim o sorriso
No cemitério de esperanças
Dedos endurecidos
Munidos
Do desejo em mim, contido
Esfriam ao tocar
A crosta enferrujada
Da gaiola que aqui me retém
Amarelo decadente
Esconde o intocado e firme
Núcleo
Eu quero
Mas não quero
Posso
Mas não posso
Amor
Despejado ao vento
Vitimado
Pelo azedo "não posso"
Não posso
Outorgado pela gaiola
Coagula a água
Endurece as paredes
E o adormecer
Com neve, me abraça
Grand finale
Coroado com lágrimas
Palavras não ditas
Desesperadas para serem ditas
Corpo afundando
Na vasta solidão
Sufocando o calor
Que chama por socorro
E pelo seu nome
E foi assim
Que a coragem morreu
Ao tentar silenciar
A voz que tecia o medo